Baco entre todos

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Teatrando por aí...


Faz tempo que não passo por aqui...
Tantas coisas ocorrendo ao mesmo tempo...

Me apresentei mais uma vez no Sarau Arte no Abobrinha, em Itupeva. Dessa vez levei o Encontro do Menino e da Estrela... Estranhado, acalantado, acariciado pelo público, o Menino mais uma vez aprendeu a caminhar ruma a Estrela...


Obrigado a todos, plateia, equipe, universo...
 

Agradeço principalmente a mestra do meu barco, Priscila Modanesi, Amiga, Amante, Mãe, Maestrina.... Uma guia na arte de viver.... 
 
Baco
Priscila Modanesi

Ainda no Universo teatral e poético, venho fazer um carinhoso convite a todos: dia 5 de março estarei me apresentando no Casarão Cultural em Itu. Performances poéticas entremeadas de muita música envolvendo a arte de viver! Um encontro de várias tribos que falam a mesma linguagem sensível!
Aguardo a presença de todos.
Venham celebrar a arte de ser!!!!!
um super abç
Vinny Cassiolato
 


Quem olha para fora sonha
Quem olha para dentro acorda...

Carl Gustav Jung

 



E aqueles que foram vistos dançando
foram julgados insanos por aqueles
que não podiam escutar a musica.



(Friedrich Nietzsche)


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O menino e a estrela...

   O Menino e a Estrela...

No final do mes de Janeiro, como havia comentado em posts passados, participei do Curso Internacional de Férias promovido pela Cia Faces Ocultas de Dança, aqui em salto mesmo. Me joguei em varias aulas, não, não sou bailarino porem esse ano me dedicarei a essa arte. Crescer com equilibrio, desenvolvimento e postura corporal.
Foram momentos mágicos de dedicação e maestria. Mestres sendo Aprendizes e Aprendizes sendo Mestres. Um auxiliando o outro no crescemento vertical, alcançando estrelas, formando Arquiteturas catatonicas e Esculturas Ancestrais.
Para a Gala de Encerramento, é feito uma coreografia de cada area da dança e no final todos dançam juntos. Fui convidado pelo diretor da Cia e responsavel pelo curso para primeiramente produzir uma poesia sobre o curso e por fim, acabou que fiz uma performance na entrada do teatro.

O ENCONTRO DO MENINO E DA ESTRELA
Modéstia a parte, acho que uma das minhas produções cênicas mais encrementadas e recheadas de arte e sensibilidade. Um menino que desejava ser poeta, deita-se em sua cama, e divaga em crescimento, por fim, cresce, torna-se adulto, encontrando na estrela que o elevou, a arte tão procurada.
Um diálogo interno sobre o que é a arte, quais são suas linguagens, e que aqueles que desejam realmete, a encontram no decorrer de suas vidas, basta dedicar-se.


Dom?
Esforço?
Belo?
Cultura?
Temas desenvolvidos e que aclamados pelo publico, encaminhou a plateia para dentro do teatro.
Rosas pelo chao, brinquedos da criança esquecida, altares para todas as artes, tudo isso foi o cenário, porem foi o olhar e a intuição do observador que o levou para a real arte de viver.

Sim, foi um dos trabalhos mais lindos e intensos.
Agradeço a minha pequena equipe, que ajudou, me suportou em momentos ansiosos e nervosos de criação, estiveram ali e não abandonaram em nenhum momento minhas ideias e meus ideais.
Tiago Souza Silva, o Ti S S, meu elenco, meu ator, meu apoio, minha outra parte da moeda...
William Melo, o Wil, meu técnico, sonoplasta, meu aprendiz que passou a me acompanhar em mútua aprendizagem...
Mas acima de todos, agradeço o carinho da plateia em nos ouvir e em especial à Arilton Assunção, que confiou em meu trabalho e permitiu que mais uma vez eu mostrasse minha Alma, minha Poesia e Teatro.


                










quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A Cidade dos Artistas

Uma homenagem a todos os verdadeiros artistas da cidade pequena ou grande... Um olhar do nosso Chico, uma voz rouca no meio da multidão! - Quem sabe assim...

É... uma homenagem... uma verdade... um sofrimento...
E assim se abriu os olhos dos falsos profetas...

"os espelhos são para ver o mundo
A arte é para ver a alma"
Oscar Wilde


Viajens e Delírios


 

A Cidade dos Artistas

Chico Buarque
Composição: Henriquez - Bardotti - Chico Buarque

Na cidade
Ser artista
É posar sorridente
É ver se de repente
Sai numa revista
É esperar que o orelhão
Complete a ligação
Confirmando a excursão
Que te leva ao Japão
Com o teu pianista
E antes que
O sol desponte
Contemplando
O horizonte
Conceder entrevistas
Aos outros artistas
Debaixo da ponte

Na cidade
Ser artista
É subir na cadeira
Engolindo a peixeira
É empolgar o turista
É beber formicida
É cuspir labareda
É olhar a praça lotando
E o chapéu estufando
De tanta moeda
É cair de joelhos
É dar graças ao céu
Lá se foi o turista
O dinheiro, a peixeira
A cadeira e o chapéu


Priscila Modanesi e Vinicius Cassiolato
- Bicarbonato de Sódio
Fernando Pessoa
 
Ser artista
Na cidade
É comer um fiapo
É vestir um farrapo
É ficar à vontade
É vagar pela noite
É ser um vaga-lume
É catar uma guimba
É tomar uma pinga
É pintar um tapume
É não ser quase nada
É não ter documento
Até que o rapa te pega
Te dobra, te amassa
E te joga lá dentro


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Queria voltar a ser criança


Faz tempo que não passo por aqui.
A vida retoma seu rumo desenfreado... Voltei com minhas aulas, meus alunos, minhas viajens, assim como voltei para a faculdade (falando a verdade é aqui que estou agora...rs).
Irei postar mais tarde o poema em homenagem ao Curso de Férias de Dança Faces Ocultas no qual participei e inclusive dancei, hehe, foi o máximo. Teatro, Poesia, Dança.... auge do explendor...
Porem, como todos os meus posts têm um que de "porem", estava vindo rumo ao mundo acadêmico, e me deparei com mais uma cena (para muitos cotidiana, para outros apenas lixo). Uma pessoa com fome pedindo ajuda.... Uns olhavam, outros fingiam não ver... mas ninguém ajudou... Isso realmente me incomoda, não seria ele um de nós? humanos? e se estivessemos na mesma condição? olhariamo de cima? quem somos nós para excluir e atropelar o faminto?
...
obs: ainda inconformado...






Queria voltar a ser criança




Fadiga, exaustão!
Estradas, injustiças!
Sou apenas um mortal.
Abandonado, mas ainda assim
um Mortal!
O dia suga as minhas forças....

Porém, ele já está indo embora.
Está dando lugar à mão noturna!
Hoje, a batalha está chegando ao fim.
Mas agora preciso achar algo...
Algo...
Para comer, dormir, viver...

Terminou mais uma batalha,
E se inicia a mais difícil de todas.
Encontrar alguma praça
Encontrar alguma alma bondosa
Rezar para permanecer vivo
Transformar algum banco de praça
Em um lugar acolhedor...

Já cansei de chorar,
Já desisti de ter esperanças,
Já não me lembro que sou humano!

Dia-após-dia buscando ajuda,
Lutando para manter-me em pé,
Vivendo apagado da sociedade.
Em uma sociedade que ajudei a construir...

Sou um perdido na casa do individualismo,
Submetido à margem sombreada,
Impedido de caminhar!

A noite mal começou
E já iniciou-se o massacre!
O medo já pertence a essa hora!
Medo de dormir
Medo da burguesia
Medo dos "poliça"
Medo dos “play-boy”
Medo de não abrir os olhos

Medo de Receber Ajuda...

Temores... Tremores...
Sou invisível aos alheios,
Vagabundo aos milhares.
Sou o perdido para os salvos,
O drogado para os sãos!
Sou o esquecido...

O indigente para os Dirigentes
O mudo para os surdos
O surdo para os estranhos
O sujo para os descansados.
O esmoleiro para os remunerados.
O coitado para os beatos.
O esfomeado para os fartos...

Sou... O... Para...!
O humano para as estrelas!

Sinto falta de minha infância!
Cada esquina era um mundo novo!
Cada ser (cachorro, gato, estranho...) era um novo amigo.
Cada praça era um quarto aconchegante, um parque!

Hoje, cada esquina é um medo
Cada momento é um exílio.
Cada olhar, uma morte...

Quando criança
Corria em busca de um abraço, um colo.
Depois, de tanto correr,
Esqueci o que era família, lar, cama limpa...

O relógio que na igreja marca as horas,
Em meu peito marca mais um lamento!
Por cada casa que passo
Penso se por acaso, lembram-se que eu existo...
Lembram-se do que é o frio, a fome,  a exclusão!

Mas não posso parar!
Podem me prender, espancar...me matar..

Tenho que continuar,
Estrada após Estrada
Caminho após caminho
Lamento após lamento
Morte após medo...

Me vêem como inexistente
Me olham como vidro
Me estranham como cachorro sarnento
Me estudam como uma flor murcha
Me excluem,  como sou e do jeito que sou!
 
Ao perceberem que me aproximo
Atravessam a Rua da Vaidade
Tentam ser normais
Recolocam os óculos
Engolem seco!

E o que me resta, é apenas dormir
Sonhar com um banho quente.
Lembrar de como eram as preces
Reviver sorrisos acolhedores.
Vagar entre montanhas e universos.
Delirar com comidas simples!

Temer com o acordar
Tremer com o Não acordar!

Queria voltar a ser criança...

Vinicius Cassiolato