Baco entre todos

sábado, 1 de janeiro de 2011

UM NOVO CICLO...





Primeiro dia do ano, primeiro olhar para a vida, primeiro brinde a alma humana...

Mais um ciclo se inicia, trazendo em si malas, cuecas, dores e lástimas... Um ciclo que por si só já significa um novo recomeço, um continuo de dor constante, um refazer dentro da eternidade e a cada instante!

Brindemos à Baco, brindemos para que a intuição seja novamente o regente da mente humana! Brindemos para que a razão fique um pouco de lado... Brindemos ao governante da plenitude... Ergamos a mão, levantando a taça cheia em homenagem à aquele que é o primeiro a festejar... Ergamos nossas taças implorando a verdadeira face do Ser humano... Peçamos alma ao Ser Humano... ao Homo Sapiens Sapiens...

O ano que adentro nossos lares deve ser rechado de humano, demasiado humano... A guerra, a falta de respeito alheio e o frio das profundezas maléficas devem ser deixado um pouco para tráz...
Mas não se iluda, a dor, a perda, a lição ainda virá, continuaremos a aprender... A vida... aprendendo a viver.,.. talvez o homem finalmetne encontre nesse ciclo um caminho que ele reconheça seu, e não um ciclo rechado e entupido de capitalismos e de frases: " A vida é assim, tem que trabalhar mais para enriquecer mais..." ou ainda " A vida é assim mesmo, muitos miseráveis, outros morrendo, outras mais ainda comprando exageradamente"... O que é a vida afinal ? o que é o Homem...?

Desejo aqui, que nesse ciclo de 2011, você que me lê, e quem sabe a humanidade, alcance o verdadeiro sabor da vida. Que olhem para si mesmo, entrem em uma viajem interior, estar sozinho como estava em criança, que finalmente enxerguem todos como seres humanos, e não como objetos inanimados.

Que a alma humana produza obras que dizem alguma coisa sobre a vida, o universo, o sistema... Que o olhar dos observadores busquem algo que os fazem pensar e não apenas rir e ir pra casa trabalhar...
Para iniciar esse momento, deixo para vocês um texto sobre exilados, excluidos, esquecidos por vocês...

 
 
Queria voltar a ser criança
 
 
 
Fadiga, exaustão!
Estradas, injustiças!
Sou apenas um mortal.
Abandonado, mas ainda assim
um Mortal!

O dia suga as minhas forças....
Porem, ele ja está indo embora.
Está dando lugar à mão noturna!
Hoje, a batalha esta chegando ao fim.
Mas agora o que preciso achar algo...
Algo...
Para comer, dormir, viver...
Terminou mais uma batalha,
E se inicia a mais difícil de todas.
Encontrar alguma praça
Encontrar alguma alma bondosa
Rezar para permanecer vivo
Transformar algum banco de praça
em um lugar acolhedor...
Já cansei de chorar,
Já desisti de ter esperanças,
Já não lembro-me que sou humano!
Dia-após-Dia buscando ajuda,
Lutando para manter-me em pé,
Vivendo apagado da sociedade.
Em uma sociedade que ajudei a construir...
Sou um perdido na casa do individualismo,
Submetido à margem sombreada,
Impedido de caminhar!
A noite mal começou
e ja iniciou o massacre!
O medo já pertence à essa hora!
Medo de dormir
Medo da burguesia
Medo dos "poliça"
Medo dos play-boy
Medo de não abrir os olhos
Medo de Receber Ajuda...
Temores... Tremores...
Sou invisível aos alheios,
Vagabundo aos milhares.
Sou o perdido para os salvos,
O drogado para os sãos!
Sou o esquecido...
O indigente para os Dirigentes
O mudo para os surdos
O surdo para os estranhos
O sujo para os descansados.
O esmoleiro para os remunerados.
O coitado para os beatos.
O esfomeado para os fartos...
Sou... O... para...!
O humano para as estrelas!
Sinto falta de minha infância!
Cada esquina era um mundo novo!
Cada ser (cachorro, gato, estranho...) era um novo amigo.
Cada praça era um quarto aconchegante, um parque!
Hoje, cada esquina é um medo
Cada momento é um exílio.
Cada olhar, uma morte...
Quando criança
Corria em busca de um abraço, um colo.
Depois, de tanto correr,
Esqueci o que era família, lar, cama limpa...
O relógio que na igreja marca as horas,
Em meu peito marca mais um lamento!
Por cada casa que passo
Penso se por acaso, se lembram que eu existo...
Se lembram o que é frio, fome, exclusão!
Mas não posso parar!
Podem me prender, espancar.... me matar..
Tenho que continuar,
Estrada após Estrada
Caminho após caminho
Lamento após lamento
Morte após medo...
Me vêem como inexistente
Me olham como vidro
Me estranham como cachorro sarnento
Me estudam como uma flor murcha
Me excluem como e do jeito que sou!
Ao perceberem que me aproximo
Atravessam a Rua da Vaidade
Tentam ser normais
Recolocam os óculos
Engolem seco!
E o que me resta, é apenas dormir
Sonhar com um banho quente.
Lembrar de como eram as preces
Reviver sorrisos acolhedores.
Vagar entre montanhas e universos.
Delirar com comidas simples!
Temer com o acordar
Tremer com o Não acordar!
Queria voltar a ser criança...

Vinicius Cassiolato


8 comentários:

  1. E que cometamos os mesmos erros de 2010, pois somos assim... Ahh e vc roubou minha foto né, postei primeiro...

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  2. uahuahuah qual delas? a da criança?
    rsrsrsrs
    eu num sabia...sr..
    eu adoro essa foto...

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  3. É, o tempo passa, a inocência de criança vai se perdendo, as pessoas começam a dizer o que fazer ou não fazer, o que desejar, o que ser, o que usar... dá vontade de voltar a ser criança.

    E, cara, eu nunca sei o que comentar aqui!
    Sabe? eu falo e falo e falo e nunca traduz o que eu sinto quando eu leio o que você escreve.
    Você é genial...
    Ou, pelo menos, sabe usar as palavras que eu sempre procuro pra traduzir o que eu sinto, o que eu penso, o que eu vejo e, por fim, acabo sem saber como falar e/ou escrever.

    Vinny, sou seu fã, cara!

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  4. Quem não tem saudade da infancia,o tempo da inocência de não ter maldade no corração nem medo do mundo.
    Ser adulto é dificil seja qual for a realidade não tema mesma graça vc ja ve omundo por outros olhos.
    Muito bom garroto continue assim nos mostrando o seu jeitoo de ver o mundo e nos agraciando com uma poesia mas bonita que a outra parabèns

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  5. Meu amorrr...parabéns pelo belo trabalho...rsrsrs demorou esse blog heimmm...
    bjossss

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  6. Vinny, como todos os poemas seus que já li, emocionante, me deixou sem palavras para dizer o que sinto...
    Escreve com a alma, por isso é belo cada conjunto de palavras que você reuni em seus poemas!

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  7. Ah ... não sei...
    ser criança no sentido de crer em tudo é bom:inocência é o nome que dão...
    mas ser criança e ver o que os adultos fazem uns com os outros nos transforma muito cedo...
    isso nem sempre é bom...
    Hoje mantenho pouco da minha criança...
    que era livre de tanta coisa...
    a mantenho em mim
    lendo e escrevendo
    p
    o
    e
    s
    i
    a...
    Hoje já no
    CICLO
    Bjins entre sonhos e delírios

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