Caminho
estrada afora
Caminho estrada
afora,
Encontrando-me a
cada esquina!
Pedindo alimento à
família reunida,
Vendendo passe na
Rodoviária.
Bebendo um café as
7:00 da matina,
Deitado em bancos.
Correndo atrás dos
atrasos,
Sentado ao sol!
Andando pelos desertos
de pedra,
Degustando o ar
poluído!
Encontro-me entre
mares e vales,
Mergulhando em Rios,
Passeando pelas
matas,
Cavalgando entre
boiadas,
Construindo moradas
de sapê!
Esperando carona,
Mirando a calmaria
das águas,
Pisando em poças de
lama,
Pedalando a Roda da
Fortuna!
Tirando cartas!
Jogando Búzios!
Deparo-me comigo em
todos os cantos:
Cantando junto com
os pássaros,
Voando junto às
nuvens,
Comendo igual aos
pandas!
Cuidando dos meus
filhotes,
Admirando o
colorido de uma borboleta,
Morrendo por fome!
Estranhando o
mundo!
Percorro meu
caminho pelo mundo
Levando mochila e
vida!
Passo por cidades e
Rodovias,
Subo em balsas e
Cruzeiros!
Caminho pelo mundo,
E vejo quantos de
mim estão espalhados!
Quantos estão
divididos!
Quantos não sabem
que descendem do divino!
Caminho pelas
linhas dessa pagina
E ainda não sei
qual será o desfecho!
Apenas continuo a
caminhar...
Sempre enfrente,
Seja acompanhado ou
solitário,
Mas caminho!
Encontro-me a cada
esquina!
A cada cigarro
aceso
A cada matilha ou
bando!
Encontro-me em meio
as fumaça verde ou cinza!
Vejo-me em todos
Brancos ou Azuis
Amarelos ou
Mulatos.
Sendo de calça ou
de saia.
No entanto
Ainda continuo a
caminhar!
Venjo-me no senhor
bebendo sua coca-cola
No filho sendo
amamentado
Na mãe que teve seu
aborto espontâneo
Nas horas que não
passam.
Vivo a caminhar
sempre pelo mundo!
Pelas Ruas, pelos
Rios
Pelos Ares, pela
Mãe-Terra!
Sou aquele que esta
agachado
E também aquele que
pede uma moeda!
Sou a criança na
janela do ônibus
Sou o motorista que
queria estar com a esposa
E sou aquela que
espera ter um marido!
Eu também sou o
marido que aguarda o nascimento do filho!
Sinto que sou o
estéril
E ainda sou o viril!
Encontro-me no
doente convalescente
E também naquele
que esta ao seu lado!
Vejo-me naquele que
perdeu o ônibus,
E nos que andam
descalços.
Sou uma mãe
acalentando um filho,
E aquele filho
espancado!
Trombei comigo
Naquele bêbado
jogado depois de maltratado
Naquela prostituta
tatuada,
E ainda no pai
amando seu filho,
E no filho que
matou seu pai!
Cruzei comigo
correndo atravessando a Rua
Sendo quase
atropelado
Pelo cansaço e
esgotamento enquanto dirigia.
Caminho pelo mundo
Encontrando-me em
cada esquina!
Vinicius Cassiolato
Vinicius, que bonito!!!Gosto muito do "...deparo-me comigo em todos os cantos". Que tal aproveitar a semana da saúde e divulgar ? Seria o máximo!
ResponderExcluirté
Cidinha