Sina dos esquecidos
Aos alunos insanos
O som do vento bailando pela água...
Meses a fio
Reza
Labuta... Esfregar!
O sol arrancando a pele de suas costas.
Esfregando sem cessar.
Mastro, corda, chão!
O barco a deriva,
Meses. Meses... MESES!
Lavando a proa,
Lavando um aos outros,
Esfregando...
Neuroses?!
Ao som das gaivotas livres!
Voando além – infinito!
Além, enfrente, a deriva...
Sem nuvens, sem chuva
Trabalho
Sem conhecer o capitão.
Meses além, meses a fio,
Meses infinitos...
Uns aos outros.
Viajam sob águas, sem lembrar como é a terra.
Donos do Mar.
Donos, Senhores
Exilados sob o sol.
Exilados!
Ilusões sobre as águas,
Miragens de coqueiros e praias,
Maldições lançadas aos 4 ventos.
Vagando.
Trabalhando sem parar.
O sol. O Sol. O SOL.
Trabalhando
Lavando, esfregando,
Subindo entre velas,
Sobrevivendo entre rações e gotas d água!
Exilados
Uns aos outros
Vagando
A deriva
Além.
Livres amaldiçoados,
Sem conhecer o capitão,
Rogando a Deuses inexistentes!
(Deuses surdos e cegos)
Trabalhando dentro do inferno.
Infinitamente.
Desgastados juntos com os ratos.
Sem dormir.
Grudados com suores ensangüentados.
Todos, ali presentes,
Expandindo a loucura além de suas mentes
E infectando outros com insanidades.
Meses. MESes. MESES!
A fio.
A deriva
Apagando cada tocha de energia
Desacreditados!
Sem passados ou variações.
Eternos. Queimando entre a água e o céu.
Procurando entre o nada
Um motivo,
Uns aos outros.
Uns desconhecidos aos outros!
Já não se lembram de quando se conheceram!
Já não se lembram de histórias!
Vagam, eternamente vagam,
Introvertidos em loucuras e trabalhos!
Miragens estranhas confundem sua realidade escaldante.
Em que realidade se isolaram?
Em que momento viveram?
Meses. Trabalho. Mar.
Esfregando chão e proa,
Dias ficaram perdidos em suas memórias.
Sem folga,
Sem rumo,
Sem perdição,
Sem terra,
Sem fuga,
Sem crença!...
Esqueceram-se dos Deuses,
Assim como foram esquecidos pelos mesmos!
...Dia, noite...
......Noite, Dia......
.........Dia, Noite.........
Ambos confundem-se,
Ambos reinam
Por cima e dentro dessas águas negras.
Seres livres
Livremente presos dentro de suas mentes.
Abandonados pela existência.
Sem tempestades,
Apenas o som ensurdecedor das gaivotas malditas,
Apenas o brilho abrasivo do sol, das estrelas,
Apenas o agora.
Vagam, vagam eternamente sem descanso...
E assim continuarão!
Assim permanecerão!
Assim não se lembrarão!
Assim foi a Sentença Divina!
Assim os Deuses os castigaram!
E assim o pós-morte os acolheu!
Vagando, trabalhando!
Sem descanso,
Sem sanidade,
Sem vida,
Sem o final da jornada!
Vinicius Cassiolato
20/10/09
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